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  • Foto do escritorHeloísa Vilicic

A Impossibilidade Física da Morte na Mente de Alguém Vivo - O tubarão mais caro da história.

*Post escrito para a galeria de arte Focal project.

Matt Dunham/Associated Press Damien Hirst posa em frente a sua obra "A Impossibilidade Física da Morte na Mente de Alguém Vivo"

A grande obra de arte de Damien Hirst. O ícone da arte britânica. O símbolo internacional da Britart e também da arte contemporânea. Grande exemplo de como uma arte pode se valorizar para milhões, em anos, e também da importância de grandes galerias. Um tubarão tigre grande o suficiente para comer você...

Tudo começou com Charles Saatchi, quando ele criou a Britart - o icônico grupo de arte Youg British Artist - e ofereceu, em 1991, bancar qualquer trabalho de arte que um de seus artistas escolhesse criar. Damien Hirst então encomendou seu tubarão, pescado na Austrália, e gastou em torno de £50,000 para concluir a obra inteira. Depois de muitas polêmicas e valorização, a obra foi vendida para Steven. A. Cohen por $8 milhões, ou $12 milhões como dizem alguns boatos.

Damien Hirst sempre teve a morte como tema de suas obras, assim como sempre apresentou valores distorcidos e possíveis críticas sociais. Suas obras(,) polêmicas e seu ótimo relacionamento com Saatchi sempre o levou a ser um dos maiores artistas contemporâneos que conhecemos.

Hirst já contou com ter suas peça negada pelas autoridades de Nova York - como aconteceu com sua obra “Casal Morto Fode (Duas Vezes)”, onde ele colocou uma vaca e um touro, em posição de coito, dentro de um tanque com formol. Damien também já contou com ser o artista cuja obra foi vendida pelo maior montante já pago por uma obra, enquanto o artista ainda está vivo. Essa transação aconteceu em 2007 e foi a venda da obra “Pelo Amor de Deus”, um crânio feito de platina, com dentes autênticos de uma caveira do século XVII comprada pelo próprio Damien Hirst, além dos 8600 diamantes incrustados. Obra essa que foi vendida por mais de $100 milhões. 1stdibs


Sua obra “Pelo Amor de Deus”.

Logo que o tanque com o tubarão foi feito e apresentado, surgiram muitas críticas. A mais comum foi dizerem que qualquer um poderia ter feito aquilo. Para isso, Hirst responde “mas você não fez, certo?”.


Em 2006 o estado do tubarão dentro da caixa estava crítico. A pele estava enrugada, em péssimo estado, o tanque estava esverdeado… Aí então começou a segunda maior polêmica envolvendo essa obra: Hisrt decidiu trocar o espécime.


A chuva de crítica caiu de todos os lados, para todos os lados… Trocar o espécime tornaria a obra original ilegítima? Por um lado, havia críticos que afirmavam “se você repintar uma obra de Renoir, por exemplo, qual será seu valor depois disso?”. Por outro, havia críticos como o negociador Larry Gagosian que comparava a situação com o artista americano Dan Flavin e seus trabalhos com bulbos de lâmpada fluorescente. Ele defendia que, justamente por ser uma obra conceitual, se uma das lâmpadas de Flavin deixasse de funcionar, não teria desvalorização alguma da obra como um todo, trocar aquela lâmpada em especial. Para alguns críticos, essa era a justificativa: o trabalho de Hirst era, acima de tudo, conceitual.


Por fim, a obra “A Impossibilidade Física da Morte na Mente de Alguém Vivo” foi reformada e vendida para Steven A. Cohen em 2007 e até hoje é um ícone que nos deixa com algumas questões: o que é arte? Quais são os limites da arte?

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